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Os 5 passos da humanização no cuidado da Saúde

Levar em consideração as necessidades do paciente e trabalhar com dados são dois deles; saiba como tornar a assistência mais humana e, com isso, diminuir os custos com complicações e agravos

Um dos desafios mais evidentes da gestão da Saúde Pública no Brasil é a melhoria da qualidade dos serviços. A tecnologia trouxe a evolução de técnicas importantes e ganhos na gestão, mas, por outro lado, não é suficiente para promover a humanização na Saúde – que está diretamente ligada à satisfação dos cidadãos. Prova disso é que mais da metade dos brasileiros (54%) avalia o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como ruim ou péssimo, segundo pesquisa do Datafolha encomendada pelo Conselho Federal de Medicina em 2017. Outros 28% avaliam como regular e 17% como bom ou ótimo. O principal problema citado é a demora para marcar consultas e exames, seguido da falta de recursos e má gestão.

Esse levantamento é um retrato de que as reivindicações mais básicas são também as mais evidentes. E o maior prejuízo é que o enfoque essencialmente técnico se limita à cura e à manutenção da vida, desconsiderando aspectos relativos às necessidades psíquicas dos cidadãos.

Para reverter esse quadro, seis passos são fundamentais:

1- Promover a qualidade dos dados dos usuários:

A implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), obrigatório em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) desde janeiro de 2017, é um primeiro passo para conhecer melhor os cidadãos e suas necessidades. Afinal, um atendimento humanizado não pode abrir mão de informação confiável. Com o uso do PEC ou seu sucessor com mais funcionalidades, o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), os profissionais passam a compreender melhor o histórico do indivíduo e, assim, ampará-lo a partir de uma abordagem mais humanizada.

Outra alternativa é a criação de uma central de regulação com o apoio de um sistema de gestão. Ela garante não só o cumprimento das leis de atenção aos cidadãos, garantindo vaga a quem precisa, como também controla a qualidade dos serviços, impedindo fraudes e estabelecendo padrões mínimos de atendimento. A implementação de consórcios intermunicipais também deve ser considerada, já que eles melhoram a oferta de serviços, principalmente aqueles de maior complexidade e maior custo.

2 – Humanizar o ambiente:

Para colocar em prática um atendimento humanizado, a própria unidade de Saúde deve adotar princípios de humanização entre os profissionais, equipes e gestores. Isso porque a satisfação dos que recebem a assistência depende da satisfação de quem a realiza. Contar com uma equipe devidamente capacitada para prestar um atendimento pautado na solidariedade pode ser consequência de um ambiente orientado por esse mesmo princípio. Saber dialogar, reconhecer as limitações do outro, respeitar posicionamentos e evitar situações constrangedoras são algumas formas de melhorar o relacionamento interpessoal.

3- Melhorar a relação entre médico e paciente:

Para construir uma relação de qualidade nessa interação, os profissionais devem ser capazes de lidar com os aspectos emocionais dos cidadãos. Os fatores humanos não podem ser deixados de fora da anamnese. É fundamental precisar diagnósticos e entregar informações sobre qualquer que seja o quadro de saúde em questão, mas tão importante quanto trilhar o caminho da cura é respeitar a realidade e a condição social do cidadão.

4- Promover a boa gestão dos processos:

O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) do governo federal trouxe orientações básicas e parâmetros para garantir a humanização na Saúde. Por meio da requalificação das unidades públicas e da valorização da condição humana, o PNHAH serve de referência para guiar as instituições. Ele inclui a boa gestão dos processos que envolvem a assistência como parte fundamental da mudança. Adotar a metodologia de gerenciamento de processos com foco na humanização é um caminho para alcançá-la. Aliada a um sistema de gestão da Saúde Pública, os resultados são ainda mais simples de serem avaliados, pois os dados geram informações para tomada de decisão.

5- Criar programas de medicina preventiva:

Lançar uma campanha de Saúde é uma forma de transmitir e perpetuar uma mensagem, garantindo assim que informações-chave cheguem ao conhecimento da população. Mas, além do aspecto educativo, a prática damedicina preventiva traz mais qualidade de vida aos cidadãos, que deixam de adoecer ou de registrar agravos com alto custo para os cofres públicos.

Os dados gerados por essas campanhas e pelos programas de medicina preventiva se tornam valiosos para prever cenários e planejar demandas. Um exemplo é a criação de um plano de cuidados para portadores de hipertensão, que recebem acompanhamento de equipe multidisciplinar, indicação de dieta, atividades físicas e estímulo à adoção de hábitos saudáveis – e, consequentemente, têm menos possibilidade de sofrer infartos.

Portanto, a humanização na Saúde deve aliar a tecnologia aos processos e às pessoas de forma a garantir mais qualidade de vida ao cidadão e menos custos para os cofres públicos.

Fonte: MV

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